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terça-feira, 3 de maio de 2011

OS REGIMES TOTALITÁRIOS


No século XX, o mundo assistiu ao surgimento e o estabelecimento de regimes totalitários, dos quais os mais conhecidos foram o Nazismo, Fascismo e Stalinismo. Estes regimes são o exemplo por excelência do totalitarismo, e ocorreram, respectivamente, na Alemanha, Itália e União Soviética.

“O forte sentimento nacionalista é um aspecto muito importante do Regime Totalitário”.

Num regime totalitário o Estado intervém em todos os aspectos da vida social dos cidadãos: política, cultura, economia, tudo é controlado, tanto na esfera pública quanto na esfera privada. O poder do Estado é absoluto e inquestionável, não sendo permitida a manifestação de opiniões contrárias, seja por membros do poder, seja por cidadãos comuns, pois todos são obrigados a aceitar e respeitar as leis, que muitas vezes foram impostas pela força.

Porém, não é de uma hora para outra que um regime totalitário se estabelece. É preciso que alguns fatores estejam presentes e se combinem, favorecendo a implantação de um regime tão autoritário e antidemocrático. Em todos os países em que se estabeleceu, a situação política, econômica e social eram precárias. Não que a situação fosse igual em todos os países, mas era comum a todos uma situação de crise social e econômica: a Europa como um todo tentava se reerguer após a Grande Guerra, e o fazia lentamente. Com a crise de 29, causada pela quebra da bolsa de Nova York, a miséria voltou a se alastrar pelo continente europeu, contribuindo para que, em alguns países, surgissem líderes políticos verdadeiramente carismáticos, capazes de conquistar a confiança da população, que não acreditava mais na via democrática - que até então não havia garantido paz nem prosperidade.

Alemanha, declarada culpada pela Primeira Guerra Mundial, foi duramente punida pelo Tratado de Versalhes , que entre muitas penas, foi obrigada a ressarcir os gastos que as grandes potências vencedoras tiveram com a batalha -pagando uma espécie de indenização. A economia caminhava a duras penas, sofrendo com uma superinflação, que chegava a elevar o preço dos produtos três vezes ao dia.

Sua população sofria com o grande número de homens mortos na guerra, em idade economicamente ativa, o que prejudicou a produção do país.

No ano de 1923, a Alemanha estava impossibilitada de pagar a indenização da França, e como esta não queria perder seu dinheiro, invadiu um importante parque industrial da Alemanha, o vale do Ruhr. O povo alemão, que já via o Tratado como uma verdadeira humilhação à sua pátria e se manifestara diversas vezes contra ele, criou aos poucos um sentimento ultranacionalista e passou a apoiar doutrinas políticas radicais. A invasão da França provocou uma grave crise econômica, gerando a hiperinflação, e o povo, que já se sentia muito humilhado, foi às ruas revoltado. O Partido Nazista – Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães – que surgiu na Alemanha após a Primeira Grande Guerra, em 1919, aproveitou-se da insatisfação generalizada e tentou tomar o poder, sob a liderança de Adolf Hitler . Contudo, o golpe foi abafado, e os líderes presos. A Alemanha recebeu um empréstimo dos EUA e voltou a crescer...Até a grande depressão de 29, que agravou a crise, elevou o medo da nação, e forneceu as condições para o Nazismo se estabelecer.

Quando Hitler assumiu de fato o poder, em 1934, a sua doutrina política apresentou-se extremamente radical e totalitária. Baseando-se em princípios nacionalistas, militaristas e racistas, o nazismo defendia a superioridade do povo ariano, sem a mistura que havia com as outras raças e principalmente com os judeus , que se tornaram um dos alvos principais dos Alemães nazistas – juntamente com os negros, homossexuais e os comunistas. O principal objetivo do Partido Nazista era reerguer a economia, purificar a raça, e construir uma nação ideal.

O Partido Nazista utilizou a violência com freqüência, perseguindo seus adversários políticos e eliminando os outros partidos. Através da propaganda e da educação, controlava a população, que era constantemente vigiada, ora por policiais, ora pelos próprios cidadãos, e obrigada a participar de manifestações políticas, como prova de apoio. Os discursos proferidos pelo Fürher recorriam ao sentimento da população, pregando que a Alemanha, enquanto uma nação superior, prejudicada pelas outras raças e nações, necessitava reconquistar o seu orgulho. Apelava, portanto, para o lado emocional da massa, e não o racional.

Na Itália, o Fascismo se estabeleceu antes do Nazismo alemão, em 1922, com Benito Mussolini no poder. A Itália, também vencedora da Primeira Guerra, encontrava-se muito insatisfeita com o Tratado de Versalhes, que não a contemplou com nenhuma colônia alemã, cedendo-lhe apenas uma parte do território da Áustria, além de perder o porto de Fiume para a Iugoslávia.

Nacionalista e com uma forte base militar, Mussolini inaugurou a ditadura Fascista efetivamente em 1926, com o extermínio dos partidos políticos adversários, assim como os meios de comunicação da oposição. O ideal do Império Romano era freqüentemente exaltado, servindo de exemplo para o que deveria ser o Império Italiano.
Na Itália, a economia progrediu , assim como o crime e o analfabetismo foram combatidos com sucesso, elevando a confiança que o povo depositava em seu líder. Com o apoio da igreja, o totalitarismo italiano estabilizou-se por volta de 1929. Contudo, o expansionismo militar, um dos claros objetivos do regime (vide o ideal do império romano), foi um dos fatores que, juntamente com o expansionismo alemão, levou o mundo à Segunda Grande Guerra.

Na Rússia, o totalitarismo veio depois da revolução comunista. Com a morte de Lênnin, o principal líder da revolução, em 1924, Leon Trotsky (chefe do exército) e Joseph Stalin disputam o poder. Stalin era membro do Partido Comunista e já provocava temores em Lênnin por causa da sua sede de poder. Trotsky foi exilado e Stalin assumiu o controle absoluto da União Soviética, governando-a com mãos de ferro – proporcionando alguma estabilidade econômica.